26 maio 2025

Inovações em Educação - Currículo de educação midiática precisa entender comportamento jovem na internet - por Vinícius de Oliveira - 26 de maio de 2025



Como a geração Z migra do Facebook para redes sociais como TikTok e Instagram, e entenda a importância da educação midiática para preparar jovens a navegar com senso crítico e segurança no mundo digital, combatendo a desinformação

O Facebook completou 21 anos, mas tem perdido cada vez mais espaço entre os jovens dessa idade. A geração Z — grupo que reúne nascidos aproximadamente entre 1995 e 2010, tem migrado em massa para redes sociais como TikTok, YouTube e Instagram, que privilegiam conteúdos visuais, dinâmicos e vídeos em formatos curtos.

Dados recentes da ExpressVPN, empresa que pesquisas sobre tendências de uso da internet e comportamento digital, indicam que o uso ativo do Facebook entre jovens de 18 a 24 anos caiu mais de 40% nos últimos cinco anos, enquanto TikTok e Instagram cresceram mais de 50% na mesma faixa etária.

Diante desse cenário, a educação midiática se torna ainda mais importante para preparar os jovens a navegar com senso crítico e segurança no vasto ecossistema digital, marcado por uma avalanche de informações, notícias falsas e manipulações. Essa foi a mensagem central da palestra de Brittani Kollar, diretora adjunta do MediaWise, programa do Instituto Poynter, dos Estados Unidos, no segundo dia do 3º Encontro Internacional de Educação Midiática, realizado em Brasília (DF) pelo Instituto Palavra Aberta.

“A geração Z não está no Facebook, mas no TikTok, no YouTube, no Instagram”, destacou Brittani, ressaltando a importância de compreender o comportamento de usuários online para que as estratégias de educação midiática sejam eficazes. Segundo ela, “cada público exige uma abordagem diferente, e isso começa por encontrar os jovens onde eles realmente estão.”

Jovens protagonistas

Desde 2019, o MediaWise mantém uma rede de verificação de fatos comandada por adolescentes. Eles escolhem pautas, escrevem roteiros, produzem e publicam vídeos que orientam seus pares sobre como identificar notícias falsas. O objetivo é promover a alfabetização midiática e combater a desinformação.

Brittani destaca que essa abordagem é mais eficaz para engajar os jovens: “Ouvimos muito os adultos dizendo o que fazer, mas quando a mensagem vem dos próprios jovens, eles realmente prestam atenção.” Ela citou exemplos de vídeos que abordam desde análise crítica de fontes até a desmistificação de montagens manipuladas, como o caso de um jovem injustamente acusado em uma edição manipulada.

O programa oferece uma série de recursos educacionais gratuitos, incluindo cursos online, vídeos e materiais para escolas e famílias.

Currículo flexível para adolescentes

Para ampliar o alcance da educação midiática, o MediaWise lançou em 2024, em parceria com Google e YouTube, o currículo Hit Pause, voltado para adolescentes entre 13 e 17 anos. O programa traz dez planos de aula flexíveis que podem ser aplicados em formatos curtos ou mais longos, adaptando-se às necessidades das escolas.

Testes realizados em 15 escolas do Reino Unido, com 1,2 mil estudantes, mostraram resultados promissores: após a primeira aula, a capacidade para identificar desinformação aumentou em até 13%, e a habilidade de localizar fontes primárias cresceu entre 89% e 100%. Professores qualificaram o material como “relevante” e “prático”, enquanto alunos relataram maior reflexão antes de compartilhar informações.

Brittani ressaltou a preocupação com a diversidade cultural no desenvolvimento do currículo: “Queremos que cada jovem seja representado em sua língua materna, porque a luta contra a desinformação é global e diversa.”

Educação midiática para todas as idades

A alfabetização midiática, segundo Brittani, precisa alcançar públicos variados. Para isso, o MediaWise criou o programa MediaWise Idosos, focado em adultos mais vulneráveis à desinformação, especialmente durante a pandemia.

Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua 2023 indicam que o acesso à internet entre brasileiros com 60 anos ou mais subiu de 24,7% em 2016 para 66% em 2023. Contudo, muitos idosos ainda enfrentam dificuldades para usar serviços digitais essenciais.

O fenômeno do alfabetismo digital, inclusive, também passou a ser observado no Brasil pelo Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional), estudo que mede os níveis de alfabetismo funcional – ou seja, quando a pessoa sabe ler e escrever palavras simples, mas não consegue compreender, interpretar ou aplicar essas informações nas situações cotidianas.

“Educação midiática não é só para crianças, é para todos. Precisamos garantir que os mais velhos também tenham acesso, autonomia e segurança para usar a tecnologia”, afirma Brittani. O programa aposta em parcerias com influenciadores e líderes comunitários para promover a alfabetização digital de forma colaborativa.

Desafios e o futuro da educação midiática

Brittani alertou para o ritmo acelerado das mudanças no ambiente digital, que exigem constante inovação nas estratégias de educação midiática. “Sem inovação, você perde o público”, afirmou, destacando que o MediaWise trabalha com mentalidade de startup, sempre adaptando conteúdos para as plataformas e linguagens em constante evolução.

Ela também manifestou preocupação com o aumento da desinformação, principalmente após a decisão da Meta de encerrar parcerias com verificadores externos, o que pode comprometer a confiança dos usuários.

“Juntos, somos mais fortes, mais resilientes e podemos garantir que todos tenham acesso a uma educação midiática de qualidade”, concluiu Brittani.


Como combater a desinformação em períodos eleitorais?

Durante a transmissão online, um participante perguntou: “Com o processo eleitoral tumultuado nos Estados Unidos e as eleições previstas para o próximo ano no Brasil, quais lições você poderia compartilhar para o combate à desinformação em momentos como esses?”

Brittani Kollar respondeu com base na experiência das eleições dos Estados Unidos: “A minha principal dica é começar agora, com educação midiática. É fundamental continuar investindo e avançando nessa área. A desinformação se espalha muito mais rápido do que a checagem de fatos, como vimos nos Estados Unidos, com muitas informações falsas circulando.”

Ela acrescentou que “o ideal é estar à frente do problema, capacitando as pessoas desde já com as ferramentas e habilidades necessárias para identificar notícias falsas. Sei que pode parecer difícil, que as pessoas tentam, mas com o empoderamento certo, elas aprendem a entender e a filtrar melhor a informação, reduzindo a disseminação da desinformação.”

 


 

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